Minha situação de vida quase sempre se resumiu em me aceitar ou não, eu vivo essa dificuldade 24 horas por dia. Quem nunca parou eu falou:
"Meu Deus como pude ser tão estupido, né possível que sou assim", sou eu sempre.
Atipicamente tenho que ficar só no final de semana, por conta da atual circunstância financeira e da constante busca de recursos para nosso casamento. Com esse desafio minha noiva se propôs a trabalhar esporadicamente em eventos.
Cara eu devo ter algum problema!
Bom no começo confesso que fiquei extremamente orgulhoso de sua atitude, ver ela batalhando com unhas e dentes por um sonho que nosso. Quem não quer uma mulher assim do lado?
Foi -se indo diversos finais de semana, e quando ela firmava esse tipo de compromisso comecei a perceber que para ficarmos juntos eu tinha que ficar sem ela! Confuso para meu coração abobado.
Foi nesse último sábado, que foi mais uma nova data em que ela trabalhou que eu me senti abandonado!
"Meu Deus como pude ser tão estupido, né possível que sou assim"!
De novo Thiago?
Claro que é extremamente aceitável que ela tenha seus compromissos, mesmo que eles não fossem financeiros, afinal ela tem a vida dela que sai da nossa como casal.
Mas fico com aquela sensação, "E eu?".
É uma exigência, muitas vezes inconsciente, uma expectativa de que ela sempre me atenda de alguma maneira, desejo esse que costuma se impor à minha capacidade de perceber o outro como um ser individual que tem direito a escolhas. Coração x Razão?
Sendo assim logo brigo: Thiago hoje você não é mais uma criança que precisa de alguém para cuidar de você. Aceite a ideia de que hoje você é grande o suficiente para cuidar de si mesmo!
Bonita frase né? Mas nem sempre realizo essa tarefa feliz, as vezes dói muito tentar ser racional e não emocional.
Fico ali tentando evitar, sentir a raiva inconsciente de menino mimado que vem disfarçado de diversas situações passadas em que eu tenho a simples impressão que cedo ou tarde serei abandonado por aqueles que eu amo.
Ou seja, sou famoso 'pé no saco'!
Vejo diversas pessoas ao meu redor comentando de suas infelicidades, que assim como eu tem dificuldade de aceitar que o outro tem uma vida sem você.
Que se sente trocado por o outro ter um programa em que você não faz parte. Ou seja, carência.
Carência com C de cu, em que você fica p.... dá vida em não ter atenção total!
"Nossa, meu namorado prefere ver o jogo do time dele que ficar comigo", Cacete, o cara passa 350 finais de semana com a namorada/noiva/esposa, um, digo UM que ele não fica com ela o tempo inteiro assistindo Marley e eu depois do Esquenta realmente significa que ele não te ama? Serio?
Pois carência tem a ver com o excesso de importância que damos a outras pessoas. Guarde isso como lema.
O que vejo são cada dia mais as pessoas precisando de alguém para ser feliz, e não ser feliz estando junto com alguém. Temos que balancear as vontades individuais com as vontades coletivas. Afinal pessoas que sempre vivem nessas insegurança e nessa necessidade de atenção normalmente são um saco.
Posso até me intitular faixa preta no assunto, pois passei a vida nesse dilema.
A mais como aceitar a carência?
Puta pergunta difícil, acho que o primeiro passo é aceitar que sentir-se carente é algo que acontece com todos os seres humanos, você não tem nenhum tipo de problema. O que ocorre na maior parte das vezes é que não fomos treinados para suprir nossas carências, ao menos temporariamente. Imaginamos que esse suprimento afetivo só pode ocorrer se estivermos com um parceiro ou parceira. Não é à toa que existe muita gente que "não consegue ficar sozinha".
Vou pontuar com minha personalidade:
Passados: O mais difícil para mim! Aceitar que as pessoas erram e te magoaram mesmo, mas que não é por esse motivo que todo mundo vai te magoar. Saber separar passado do presente pode inteiramente te deixar feliz. Quando esqueço todas rejeições, trairagens e desafetos que passei, eu me entrego e sou muito feliz.
Autoestima: Outro bem pesado para vencer. Não me sentou ou acho bonito, ponto final. O que piora e muito minha carência, pois fico sempre querendo atenção porachar que a pessoa vai conseguir alguém melhor do que eu. Esse sentimento de inferioridade me faz buscar valores que não tenho como essência por isso fico com aquela sensação de falta de amor. Mas a vida é resumida em dar e receber se não temos o auto amor, auto segurança, auto respeito, autoconsciência e etc., como vamos oferecer? No meu caso perder peso me ajudou muito, não sou magro e nem estou perto de ser, mas o que eu já consegui perder me fez muito bem e me recuperou um pedaço da autoestima (claro que tenho colapso e como um pote de açaí com leite ninho e leite condessado).
Solidão: Todo mundo saiu de casa, você vai escutar Pablo e ficar bebendo o Whisky do seu pai escondido? Não ne? (Sim, já bebi todas as bebidas do Sr. Ely em momentos depressivo.) Hoje gosto muito de ficar sozinho em casa, me dá uma paz. Leio, vejo os vídeos e blogs da zoeira faço n coisas que me deixam intensamente feliz.
Exercite-se: Cara, um godo falar isso é no mínimo cômico. Mas o exercício me faz me sentir o 'The Rock' (se você não sabe quem é não merece estar aqui), me sinto muito feliz quando cansado. Deve ser essa 'Tair' de endorfina.
Família: Amo a minha. Meus avós e mãe demonstram o amor das mais variadas formas: fazendo aquela comida gostosa, cuidando da organização e logística das minhas coisas e se interessando por seu bem estar. Abra seu coração para esse carinho silencioso, saiba receber e retribuir. Não falo apenas em conversar, porque eu mesmo não falo dos meus problemas, mas reconheça o afeto contido nas pequenas atitudes que verá quem te ama de verdade.
Amigos: Os convite para uma festa, a declaração de amizade, o ombro oferecido sem outro interesse a não ser amparar você ou a busca de seu ombro confiando problemas. Ver quem te trata com importância nem que seja comer um hot-dog na pracinha.
Colegas de trabalho ou de colégio/faculdade: A ajuda prestada numa matéria ou a orientação sobre as diretrizes da empresa são uma atitude generosa, o convite para o almoço ou para a balada demonstrando que sua presença é querida.
Bom, venho tentando ser cada dia mais simples, e ver em pequenos gestos demonstração de carinho, pois assim passe a ser mais suprido e feliz. Viva a vida, afinal todo dia é um presente.
Aprenda a dar a você mesmo pequenos presentes, desde uma xícara gostosa de café até uma merecida viagem de férias. Mas faça isso com consciência, sem ligar o "piloto automático", sinta a beleza da vida.
Viver é a soma de pequenos momentos, e quando aprendemos a da valor as coisas simples estaremos abertos a nos satisfazer afetivamente. Pois não de estarmos movidos pela necessidade de suprir nossas carências, somos felizes, e quem vier para somar fica.
Contra a carência, fique atento ao tanto de afeto que o cerca, quantas pessoas você faz sorrir, quantas pessoas sente prazer em ter sua companhia. E sempre faça por você mesmo o que gostaria que alguém fizesse.
Ou seja, cuide de você. Ame-se!
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